‘GAIA’ NOS ESTUDOS ACADÊMICOS
Por: Luiz Felipe Campos, da Ascom/UFPE
O “ser traído” e o “trair” produzem máculas diferentes nas honras masculinas e femininas, respectivamente. É o que mostra a pesquisa de Francisca Luciana de Aquino, mestre em Antropologia pela UFPE, cujo título chama atenção pela pretensa informalidade: Homens “cornos”, mulheres “gaieiras”: infidelidade conjugal, honra, humor e fofoca num bairro popular do Recife-PE.
A pesquisa se alimenta do caráter jocoso da traição para analisar a maneira como a infidelidade conjugal feminina desconstrói os ideais de honra masculina e feminina socialmente aceita, através da criação de estigmas e da depreciação social. A pesquisadora foi recentemente agraciada com uma menção honrosa na categoria Graduado no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero do CNPq.
A pesquisa se alimenta do caráter jocoso da traição para analisar a maneira como a infidelidade conjugal feminina desconstrói os ideais de honra masculina e feminina socialmente aceita, através da criação de estigmas e da depreciação social. A pesquisadora foi recentemente agraciada com uma menção honrosa na categoria Graduado no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero do CNPq.
No casamento, é a mulher que faz o casal respeitável ou ridículo. A citação é de Eugène Scribe, dramaturgo francês, e encontra respaldo nos moradores de Nova Guanabara – nome ficcional dado pela pesquisadora ao bairro em que se hospedou durante os meses de trabalho de campo, e em cima do qual desenvolveu a sua dissertação.
Ao contrário dos casos em que é o homem quem pratica a infidelidade, de um modo geral já naturalizada e legitimada pela sociedade, segundo Luciana Aquino, a traição exercida pela mulher gera comicidade pela subversão dos papéis atribuídos socialmente ao casal.
Ao contrário dos casos em que é o homem quem pratica a infidelidade, de um modo geral já naturalizada e legitimada pela sociedade, segundo Luciana Aquino, a traição exercida pela mulher gera comicidade pela subversão dos papéis atribuídos socialmente ao casal.
Do lado do traído, o homem tem sua masculinidade seriamente atingida. “O não controle da mulher causa a desonra social do homem de modo que ele passa a vivenciar momentos de humilhação, desprestígio social e o estigma de ‘corno’. Nessa condição social inferior, o homem que deveria manifestar-se viril, forte e destemido manifesta sua vulnerabilidade masculina”, afirma a pesquisadora.
O trabalho passeia pelos valores que alicerçam a honra masculina. Nesse sentido, “os chifres”, ou “cornos”, quando aplicados ao homem, constituem desonrosas insígnias, tornando o traído uma figura risível.
O trabalho passeia pelos valores que alicerçam a honra masculina. Nesse sentido, “os chifres”, ou “cornos”, quando aplicados ao homem, constituem desonrosas insígnias, tornando o traído uma figura risível.
Envie um comentário
Carnaval 2020
Está chegando o Sábado de Carnaval22 de fevereiro de 2020
Olinda Hoje no Facebook:
Previsão do Tempo:
Assinar blog por e-mail
Categorias do Blog:
Mapa do Site:
Arquivos do Blog:
- fevereiro 2021
- janeiro 2021
- dezembro 2020
- novembro 2020
- outubro 2020
- setembro 2020
- agosto 2020
- julho 2020
- junho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- março 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018
- maio 2018
- abril 2018
- março 2018
- fevereiro 2018
- janeiro 2018
- dezembro 2017
- novembro 2017
- outubro 2017
- setembro 2017
- agosto 2017
- julho 2017
- junho 2017
- maio 2017
- abril 2017
- março 2017
- fevereiro 2017
- janeiro 2017
- dezembro 2016
- novembro 2016
- outubro 2016
- setembro 2016
- agosto 2016
- julho 2016
- junho 2016
- maio 2016
- abril 2016
- março 2016
- fevereiro 2016
- janeiro 2016
- dezembro 2015
- novembro 2015
- outubro 2015
- setembro 2015
- agosto 2015
- julho 2015
- junho 2015
- maio 2015
- abril 2015
- março 2015
- fevereiro 2015
- janeiro 2015
- dezembro 2014
- novembro 2014
- outubro 2014
- setembro 2014
- agosto 2014
- julho 2014
- junho 2014
- maio 2014
- abril 2014
- março 2014
- fevereiro 2014
- janeiro 2014
- novembro 2013
- outubro 2013
- setembro 2013
- agosto 2013
- julho 2013
- junho 2013
- maio 2013
- abril 2013
- março 2013
- fevereiro 2013
- janeiro 2013
- dezembro 2012
- novembro 2012
- outubro 2012
- setembro 2012
- agosto 2012
- julho 2012
- junho 2012
- maio 2012
- abril 2012
- março 2012
- fevereiro 2012
- janeiro 2012
- dezembro 2011
- agosto 2011
- março 2011
- janeiro 2011
- novembro 2010
- outubro 2010
- setembro 2010
- agosto 2010
- maio 2010
- abril 2010
- março 2010
- fevereiro 2010
- janeiro 2010
- dezembro 2009
- novembro 2009
- outubro 2009
- setembro 2009
- agosto 2009
- julho 2009
- junho 2009
- maio 2009
- abril 2009
- março 2009
- fevereiro 2009
- janeiro 2009
- dezembro 2008
- novembro 2008
- outubro 2008
- setembro 2008
- agosto 2008
- julho 2008
- junho 2008
- maio 2008
- abril 2008